JUNCO COLHE OS PRIMEIROS FRUTOS
O reservatório de Sobradinho inaugurado na década de 80, tem cerca de 320 km de extensão, e uma capacidade de armazenamento de 34,1 bilhões de metros cúbicos em sua cota nominal, constituindo-se no maior lago artificial do mundo (*Chesf.gov.br)
O INÍCIO
E mesmo com essa capacidade impressionante, é difícil imaginar que alguns quilômetros, uma comunidade inteira nunca teve água na torneira de uma pia. A região é de areia fina e branca, um cenário incomum que parece estar em uma praia paradisíaca, mas é no Sertão empobrecido pela falta de água. Aliás, falta de água a 6km da maior represa de água do mundo.
O ano era 2019, e não tínhamos nenhuma expectativa em avançar na região de JUNCO-BA. Mas conhecer a realidade de 120 famílias que viviam sem água há décadas, moveu nosso coração de compaixão.
Um longo estudo iniciou para saber como levar água da represa de sobradinho, das margens do Velho Chico – Rio São Francisco, até à região. Foi feito um projeto inovador e cheio de desafios, mas que valeu muito à pena. Afinal, água é vida e dignidade.
Ao todo, 6 km de tubulação foi colocada até um ponto central onde está localizado uma igreja e uma escola, e deste ponto as famílias começaram a receber água na porta de sua casa.
SEIS MESES.....
Seis meses após a finalização da primeira etapa do projeto, famílias já receberam água em suas casas, aproveitaram a oportunidade e plantaram hortas e já estão colhendo os frutos.
Algumas famílias fizeram investimento para obter o melhor aproveitamento no uso da água e com irrigação por gotejamento, trazendo bom lucro na colheita.
É o caso do morador Tarcísio da Silva Passos que revela a alegria de ter colhido a primeira safra de milho verde em apenas 5 meses. “Já recuperei todo o investimento feito e ainda consegui um valor mensal para a família, e na próxima safra vou colher maior lucro”.
Tarcísio contou que tinha ido embora da região para procurar trabalho, porque não conseguia mais se manter das águas das chuvas que ficava cada vez mais escassas. Além de plantar, Tarcísio também ajuda aos demais moradores a implementar o processo de gotejamento. “Eu faço o dimensionamento e entrego o projetinho pronto, não cobro nada apor isso, aqui todos estão no mesmo barco, e agora com a chegada da água tudo vai mudar, é uma nova vida, e isso não tem preço.” Conta.
Hoje, várias famílias já iniciaram a plantação por gotejamento. Do milho se aproveita tudo, das espigas que ficam mais velhas ou menores até às folhagens, tudo vai para fazer moagem e ração para os animais.
O casal aposentado Raimundo Fernandes de Oliveira e Edileuza da Silva Oliveira, é um exemplo de alegria e força. Na região a mais de 40 anos, nunca tiveram água chegando livremente em casa. Sempre dependeram do carro-pipa do exército. Hoje estão como quem sonha. Apesar da pele queimada pelo sol e sofrida pela labuta da falta de água, agora é só alegria. “Hoje posso lavar roupa com o quanto de água eu quiser, e meus filhos podem tomar banho 02 ou 03 vezes ao dia. Antes era só sofrimento, hoje a vida chegou até aqui”, comemoram!
Em seis meses de farta água, o casal já plantou feijão, milho, abóbora, gergelim e macaxeira.
“A chegada da água foi um sonho, nunca imaginei essa bênção, de ver água todo dia!”
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