A população do povoado de Junco, interior de Casa Nova, na Bahia, vem enfrentando muitas dificuldades em seu dia a dia: a produção de farinha de mandioca, que era a principal fonte de renda da localidade, foi interrompida pela falta de água. A estiagem afeta a cidade há, pelo menos, 10 anos, fazendo com que o acesso à água seja prejudicado.
O engenheiro e coordenador de projetos e planejamento do Instituto Água Viva, Rafael Correia Gonçalves, conta que foi até a localidade em abril deste ano e constatou os principais problemas enfrentados pelo povo sertanejo. “Fizemos uma visita em campo e coletamos informações com 28 famílias da região. Pude perceber que o povo de Junco gosta de morar lá e não tem a pretensão de morar fora. No entanto, eles têm enfrentado muitas dificuldades por conta da falta de água”, explica.
A solução, segundo o engenheiro, seria a instalação de uma adutora na cidade. “A comunidade de Junco fica às margens da represa de Sobradinho, então uma adutora seria uma saída viável para melhorar a qualidade de vida do povo sertanejo e uma forma de possibilitar que eles voltem a trabalhar com a produção da farinha de mandioca. É o que eles sabem e amam fazer: plantar, colher e produzir”, completa Rafael Correia, que finalizará um relatório com um diagnóstico sobre o local nos próximos dias.
Realidade do Sertão
Morador de Casa Nova e representante da base de Junco, Reginaldo da Costa presencia as dificuldades enfrentadas na região. Segundo ele, a cidade já ficou conhecida como Terra do Ouro Branco pela alta produção de mandioca. Agora, há poucas casas que produzem o alimento.
“Na época de ouro, eram cerca de 60 a 70 casas. Hoje, devem ter umas quatro. Praticamente todas as famílias cultivavam mandioca e viviam da colheita deste produto. A terra daqui era muito fértil, mas a falta de água fez com que as casas fechassem. Chegamos a ficar oito anos sem chuva. Quem tinha plantação, perdeu sua fonte de renda. Algumas famílias sobrevivem de criações de cabras e ovelhas, outras dependem de programas sociais”, conta Reginaldo.
Além da dificuldade no acesso à água, Junco ainda passa por outras problemas pela falta de energia elétrica e no acesso a serviços de saúde. “A energia existente é por meio de placas solares, então comporta apenas as lâmpadas. Não há acesso a equipamentos eletrodomésticos, como liquidificador e geladeira, por exemplo. Também não há postos de saúde. Os sertanejos são atendidos apenas quando a unidade móvel do IAV passa pela região ou quando se deslocam para o Centro de Casa Nova, que fica a 45 quilômetros”, completa.
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